quarta-feira, 15 de outubro de 2008

sobre mostras e ares

Vai parecer besteira e coisa de pseudo-cinéfilo querendo parecer bacaninha, mas é fato que a Mostra de Cinema de São Paulo sempre me deixa excitadinho. Fico inquieto na cadeira, louco pra pôr as mãos na credencial, nos livros, na programação. Louco pra sentar numa cadeira de cinema pra assistir um filme chinês, holandês, turco, marciano. Não consigo parar de querer me abastecer de coisas. Fui na locadora alugar filmes. Quase comprei um livro novo hoje, mas achei caro e estou procurando pela internet. Amanhã decidi que vou ao teatro (por vários motivos, mas a excitação pré-mostra certamente ajuda). Preciso, muito, muito, muito, das horas de cinema solitário que eu sempre passo na Mostra. é quase uma droga que eu só tomo uma vez por ano. Entro na sala de cinema, me sento, olho para as pessoas, reconheço pessoas com as quais nunca falei, mas que sempre estão por ali. Sempre imagino que elas também me reconhecem, mas não penso muito nisso. Passo a olhar os livros, as críticas, as sinopses. Fico querendo exibir um filme meu ali. Vou fazer meu curta, ponto final! Vou ter que optar: mando pra mostra, que só seleciona 10 curtas nacionais, ou pro festival de curtas, que seleciona mais de 100? Não posso mandar pros dois, nem dá tempo de mandar primeiro pra um, depois pra outro. Eu quase que me inclino completamente a tentar a sorte e mandar só pra mostra. A importância dela na minha vida é maior, mais feliz. Entrei no cinema por causa de um filme que ganhou a Mostra (Motoboys - Vida Loca). Meu primeiro evento grande como jornalista foi a Mostra. Foi na Mostra que eu conheci o Fernando (Meirelles). Foi na Mostra que eu conheci o Heitor (Dhalia). Foi na Mostra que eu conheci pessoalmente o Pablo (Vilaça), crítico responsável pela minha paixão pelo cinema. Foi na Mostra que eu assisti alguns dos filmes que eu considero os melhores do mundo. Foi a Mostra que me mostrou o que era cinema de verdade. Eu devo muito à Mostra. Quero que ela comece. Que ela não termine. Quero ser embriagado mais uma vez. E muitas outras no futuro.
Que se abram as cortinas!

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