terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Foi por ali

Foi nessa onda de escrever roteiros que voltei a ter coceira nas mãos para o texto. Passei o último ano inteiro de saco cheio de escrever. Ficava irritado quando tinha que digitar um e-mail do tipo "cancela tudo e me liga. abraços".
Qualquer coisa que exigisse escrita me dava sono. Águas passadas, pensava.
Poisé. Já cansaram de dizer por aí que o mundo dá voltas. Estou exercitando de novo esse treco de escrever e agora não consigo muito ficar longe disso. Confesso que tenho alguns medinhos. Não quero parar de exercitar o olho e ficar só com o texto. E estou com um sentimento de insegurança que eu nunca tive ao escrever.
dammit.

detesto me abrir em blogs.

estudo.

ok.

acho que quero reativer esse troço aqui.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

sobre mostras e ares

Vai parecer besteira e coisa de pseudo-cinéfilo querendo parecer bacaninha, mas é fato que a Mostra de Cinema de São Paulo sempre me deixa excitadinho. Fico inquieto na cadeira, louco pra pôr as mãos na credencial, nos livros, na programação. Louco pra sentar numa cadeira de cinema pra assistir um filme chinês, holandês, turco, marciano. Não consigo parar de querer me abastecer de coisas. Fui na locadora alugar filmes. Quase comprei um livro novo hoje, mas achei caro e estou procurando pela internet. Amanhã decidi que vou ao teatro (por vários motivos, mas a excitação pré-mostra certamente ajuda). Preciso, muito, muito, muito, das horas de cinema solitário que eu sempre passo na Mostra. é quase uma droga que eu só tomo uma vez por ano. Entro na sala de cinema, me sento, olho para as pessoas, reconheço pessoas com as quais nunca falei, mas que sempre estão por ali. Sempre imagino que elas também me reconhecem, mas não penso muito nisso. Passo a olhar os livros, as críticas, as sinopses. Fico querendo exibir um filme meu ali. Vou fazer meu curta, ponto final! Vou ter que optar: mando pra mostra, que só seleciona 10 curtas nacionais, ou pro festival de curtas, que seleciona mais de 100? Não posso mandar pros dois, nem dá tempo de mandar primeiro pra um, depois pra outro. Eu quase que me inclino completamente a tentar a sorte e mandar só pra mostra. A importância dela na minha vida é maior, mais feliz. Entrei no cinema por causa de um filme que ganhou a Mostra (Motoboys - Vida Loca). Meu primeiro evento grande como jornalista foi a Mostra. Foi na Mostra que eu conheci o Fernando (Meirelles). Foi na Mostra que eu conheci o Heitor (Dhalia). Foi na Mostra que eu conheci pessoalmente o Pablo (Vilaça), crítico responsável pela minha paixão pelo cinema. Foi na Mostra que eu assisti alguns dos filmes que eu considero os melhores do mundo. Foi a Mostra que me mostrou o que era cinema de verdade. Eu devo muito à Mostra. Quero que ela comece. Que ela não termine. Quero ser embriagado mais uma vez. E muitas outras no futuro.
Que se abram as cortinas!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Sobre corcéis e corais.

talvez a idéia principal seja ficar bem. Talvez se as pessoas olharem para mim e se perguntarem "mas como ele ainda está sorrindo?", eu comece a ter motivos reais para sorrir.
Como com os corais. Eles sempre foram bonitos ou só passaram a ser depois que alguém olhou para eles e pensou "nossa, mas que corais bonitos!".
Me pergunto se a força do pensamento é a nossa força do pensamento ou a força do pensamento alheio.

Talvez eu queira ser cremado e espalhado por aí. Não sei o quanto me agrada a idéia de apodrecer concentrado num lugar só.
Hoje me deram uma oportunidade. Doeu muito recebê-la. Foi triste, chato, ruim. E é uma boa oportunidade. Mas eu sei que ela só veio porque alguém inteligente percebeu que me faltava motivação. Eu sempre corri atrás da cenoura. Sempre fui o coelhinho na esteira que corre desesperadamente atrás da cenoura pendurada na sua frente. Hoje me deram uma oportunidade-cenoura. Me deram a chance de continuar correndo cegamente.
E como sou um animal sem muita capacidade analítica, e louco por cenouras, eu a peguei, é claro. Como poderia não correr atrás dela? A cenoura é meu sonho de infância. Isso e morar em Nova York.

Queria montar num corcel preto e sair por aí durante a noite. Talvez eu achasse algumas cenouras pelo caminho. E voltasse satisfeito e afeito a comer apenas maçãs ou pêras.

palavra-quase. detesto isso.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Sobre comédias e textos

Não sou engraçado na vida real. Raramente digo algo que faz os outros rirem de imediato. Demoro alguns segundos pra pensar na piada ideal. Não sei se por auto crítica ou se por pura incompetência.

Sobre músicas e torpedos

Entrei numa onda de querer uma bola de cristal. Como fazer certo sem saber o que virá a seguir?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

sobre johnny cash e cigarros

Resolvi voltar com esse blog. Acho que recorro a ele todas as vezes que me sinto para baixo (ou mais para baixo do que o normal).
Fico imaginando já previamente que o Stefano vai gostar desse post. E me pergunto se isso não é uma frase que representa um grito interno por alguma atenção analítica.


Acabo de me dar conta que quero pedir minha esposa em casamento em um lugar público. E quero que dez anos depois disso as pessoas que não me conheçam espalhem mentiras do tipo "Eu estava lá quando o João Papa pediu a Fulana em casamento".
No início eu achava que meu problema era esse. Eu sempre sonhava com o futuro no qual as pessoas me reconheceriam pelas coisas que eu fiz, antes de eu sequer pensar em fazê-las. Por um momento eu achei que eu era uma fraude. Uma pessoa escondida atrás da projeção dos próprios sonhos. Comecei a trabalhar isso e a criar mentalmente. Escrevi, desenhei, pensei. Fui fazendo coisas que acho boas, mas todas na minha mente, esperando o momento de serem realizadas.

Tenho medo de ser um Salieri. Eu mataria Mozart. Nunca admitiria que o fiz pela inveja da criação. Diria que Mozart deu em cima da minha mulher, não que a sinfonia dele era melhor que a minha.

Tenho vontade de ser drogado e usar isso como desculpa pelo meu fracasso. Mas acho que essa opção só seria interessante se eu me tornasse algo digno de reconhecimento. Não quero que as pessoas me relacionem a algo chamado "droga".

Eu queria poder me maquiar.