quarta-feira, 8 de outubro de 2008

sobre johnny cash e cigarros

Resolvi voltar com esse blog. Acho que recorro a ele todas as vezes que me sinto para baixo (ou mais para baixo do que o normal).
Fico imaginando já previamente que o Stefano vai gostar desse post. E me pergunto se isso não é uma frase que representa um grito interno por alguma atenção analítica.


Acabo de me dar conta que quero pedir minha esposa em casamento em um lugar público. E quero que dez anos depois disso as pessoas que não me conheçam espalhem mentiras do tipo "Eu estava lá quando o João Papa pediu a Fulana em casamento".
No início eu achava que meu problema era esse. Eu sempre sonhava com o futuro no qual as pessoas me reconheceriam pelas coisas que eu fiz, antes de eu sequer pensar em fazê-las. Por um momento eu achei que eu era uma fraude. Uma pessoa escondida atrás da projeção dos próprios sonhos. Comecei a trabalhar isso e a criar mentalmente. Escrevi, desenhei, pensei. Fui fazendo coisas que acho boas, mas todas na minha mente, esperando o momento de serem realizadas.

Tenho medo de ser um Salieri. Eu mataria Mozart. Nunca admitiria que o fiz pela inveja da criação. Diria que Mozart deu em cima da minha mulher, não que a sinfonia dele era melhor que a minha.

Tenho vontade de ser drogado e usar isso como desculpa pelo meu fracasso. Mas acho que essa opção só seria interessante se eu me tornasse algo digno de reconhecimento. Não quero que as pessoas me relacionem a algo chamado "droga".

Eu queria poder me maquiar.

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